quarta-feira, 29 de maio de 2013

Proposta 2



Um dos feriados nacionais mais importantes é o 25 de Abril, a primeira vez que uma revolução ocorreu sem violência, apenas com recurso a cravos. Além da celebração do seu 39º aniversário ter sido há relativamente pouco tempo, queriamos algo que enaltecesse o povo.
É esta camada hierárquica da sociedade que mais tem sofrido com as medidas de austeridade extremas impostas pelo governo. As palavras Crise e Troika ouvidas diariamente provocam o horror na população.
Como para esta proposta era necessário uma notícia/artigo com um background de grande intensidade as opções passaram desde a Queda das Torres Gémeas nos EUA em 2001, ataques terroristas, mas o que poderá ser mais intenso para a civilização lusitana do que um acontecimento ocorrido no seu país, que tantas mudanças ideológicas causou e a geração passada relembra este episódio com máxima celeridade?
Inicialmente optamos por escolher a primeira notícia publicada no dia seguinte após o 25 de Abril. Colocaríamos no formato de um cravo que constitui o símbolo desta revolução do século passado. Porém nenhuma surpresa iria causar.
                Certamente todos nós já ouvimos “O que nós precisámos é de outro 25 de Abril”. Na verdade, as condições de vida da atualidade com aquela época são muito similares, assim como as dificuldades e impotência do povo para com as novas decisões.
Deste modo, abandonamos a ideia de utilizar uma notícia antiga e escolhemos uma bem atual. Com esta notícia sobre uma das inúmeras manifestações contra a Troika no formato de um cravo a analogia do passado/presente está bem representada.
                Numa primeira instância e como este trabalho não tinha como intuito a legibilidade de todo o texto da notícia, podemos ser levados a cogitar de que se trata de uma notícia/artigo sobre o 25 de Abril ou do seu aniversário que ocoreu nem há um mês atrás. Porém fazendo uam análise minuciosa e destacando a expressão “Que se lixe a Troika” facilmente compreendemos que estamos perante uma notícia atual.
Para que a Analogia fosse ainda mais evidente decidimos enaltecer determinadas letras na parte superior do cravo, de modo a formar as expressões “25 de abril” e “Agora”. Há uma constante comparação entre estes dois períodos temporais e estas manifestações na nossa opinião são uma espécie de 25 de Abril, apesar de não alcançarem os mesmo resultados pós-revolução.
                Ainda na parte superior do cravo, é possível distinguir zonas na qual as palavras estão mais espaçadas e há facilidade de leitura e noutras as letras formam quase uma ‘malha’. Em termos visuais isto serve para criar o efeito de existência de profundidade,  a parte da ‘malha’ corresponde às tonalidades mais escuras do cravo e as zonas sem letras às colorações mais claras.
Em relação ao significado da mensagem: nas revoluções há períodos de organização para que tudo corra de acordo com o estabelecido e só depois o início da ‘batalha’. As letras sobrepostas indicam confusão, dinamismo, imposição, palavras-chave de uma revolução.
 Podemos observar que do lado esquerdo há uma maior orgaização e do lado direito a existência de um grande números de malhas. De acordo com a leitura ocidental (sentido esquerda-direita, focada em publicações anteriores do blog) esta predisposição está seguindo uma ordem cronológica.
                Por fim, o tipo de letra é outro ponto a salientar.
Na parte superior é utilizada uma letra de “máquina” que remete para o tempo atual cheio de tecnologias e com necessidade de uma tipografia mais simples para a fácil legibilidade, visto que as comunicações ultrapassam fronteiras.
Para o caule utilizamos o Old English, letra típica de manuscritos que remonta para épocas passadas na história. Esta diferença separa as populações, que sem qualquer dúvida têm hábitos e ideologias divergentes, porém estarão sempre relacionadas. Os nossos antepassados são as nossas ‘raízes’ e isso jamais poderá ser desmantelado, assim como a flor necessita do caule para subsistir.
 As pétalas poderão ter mais beleza e graciosidade, mas é a raiz e o caule que a "mantém de pé". Isto também poderá ser aplicado à sociedade atual: podemos ter mais cuidados estéticos, mais habilitações literárias, melhores condições laborais e consequentemente de vida, mas o que evoluimos partiu de uma base, base essa criada pelos nossos antepassados.
                A nossa palete de cores é sem simples: preto e branco. Como este é um assunto muito sisudo, queríamos tudo “Preto no Branco”.
Além disso, no povo nenhum dos indivíduos pretendem realçar mais que outro, é o seu todo, a sua união que traz a força.

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